Espécie endêmica do Brasil (Romão et al., 2020), com distribuição: no estado do Rio de Janeiro — no município Nova Friburgo —, no estado do Rio Grande do Sul — nos municípios Dom Pedro de Alcântara e Torres —, no estado de Santa Catarina — nos municípios Bom Retiro, Criciúma, Florianópolis, Gaspar, Itapoá, Paulo Lopes, São João Batista e Sombrio —, e no estado de São Paulo — no município Pariquera-Açu.
Árvore com até 15 m, endêmica do Brasil (Romão et al., 2020), foi documentada em Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Mista associadas à Mata Atlântica presente em 12 municípios distribuídos pelos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Apresenta distribuição conhecida relativamente ampla, EOO=115889 km², AOO=56 km², doze situações de ameaça, considerando-se o distinto grau de perturbação ao qual as localidades de coleta estão submetidas, e presença em fitofisionomias florestais fragmentadas. Além disso, possui presença constante em coleções de herbário, além de registro realizado em área antrópica. Poderia ser considerada Em Perigo (EN) de extinção por B2(iii); entretanto, ao contrário de outras congêneres, sabe-se que S. trachycarpos não apresenta especifidade de habitat, e de acordo com os registros de coleta, ocorre em áreas protegidas onde o processo de degradação antrópica histórico e atual é reduzido quando comparado as regiões adjacentes não protegidas, além de mais de 10 situações de ameaça. Assim, a espécie foi considerada Quase Ameaçada (NT) de extinção neste momento, uma vez que perda de habitat e extinções locais ocasionadas a partir das ameaças descritas, principalmente fora de áreas protegidas, podem levar a declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão do habitat, número de situações de ameaça e potencialmente, no número de indivíduos maduros. É urgente o empreendimento de esforços em campo a fim de se obter dados sobre a persistência de subpopulações de S. trachycarpos no estado do Rio de Janeiro, limite norte de sua distribuição conhecida e sem registros de coleta desde 1881. Recomendam-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem ampliar seu risco de extinção no futuro.
Descrita em: Pflanzenr. (Engler) 4, Fam. 242, 81, 1901. Popularmente conhecida como congonha-falsa (Romão et al., 2020).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat | past,present,future | regional | low |
Mais de 70% da população brasileira está condensada na área do bioma Mata Atlântica (Joly et al., 2019). Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2002). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.3 Tourism & recreation areas | habitat | past,present,future | local | low |
Devido à beleza cênica, Nova Friburgo (RJ) se tornou um local de atração turística e, como consequência, houve uma substituição das atividades agropecuárias por atividades vinculadas ao turismo. Propriedades destinadas à agricultura foram substituídas por pousadas, hotéis, restaurantes e casas de veraneio (Mendes, 2010). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1.3 Agro-industry farming | habitat | past,present,future | regional | medium |
Os municípios de Bom Retiro (SC), Criciúma (SC), Gaspar (SC), Sombrio (SC) e Torres (RS) possuem, respectivamente, 10,82% (11437ha), 14,88% (3494ha), 5,75% (2224ha), 27,96% (4011ha) e 23,52% (3801ha) de seus territórios convertidos em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020a). Os municípios de Criciúma (SC) e Sombrio (SC) possuem, respectivamente, 6,39% (1500ha) e 5,58% (800ha) de seus territórios convertidos em áreas de cultivo de milho, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020b). O município de Bom Retiro (SC) possui 7,57% (8000ha) do seu território convertido em áreas de cultivo de soja, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020c). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2.2 Agro-industry plantations | habitat | past,present,future | regional | low |
Os municípios Bom Retiro (SC), Itapoá (SC) e São João Batista (SC) possuem, respectivamente, 8,89% (9400ha), 5,13% (1260ha) e 9,66% (1940ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuária é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica do período de 2019, da área total de 130.973.638 ha da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica - AALMA (Lei nº 11.428/06), apenas ca. 19.936.323 ha (15,2%) correspondiam a áreas naturais (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2020). Em levantamentos relativos a 2018, as áreas de pastagens ocupavam entre ca. 39.854.360 ha (30,4% da AALMA) (Lapig, 2020a) e ca. 50.975.705 ha (39% da AALMA) (MapBiomas, 2020), dentre os quais 36.193.076 ha foram classificados como pastagens e 14.782.629 ha como Mosaico de Agricultura ou Pastagem. Na Mata atlântica, a partir de 2002 foi registrado um decréscimo das áreas ocupadas por pastagens como decorrência da intensificação da pecuária (Parente et al., 2019). Apesar disso, esses autores verificaram a expansão de áreas ocupadas por atividades agricultura de larga escala (cana-de-açúcar e soja), que ocupa espaços antes destinados à pecuária mais extensiva. Os municípios Bom Retiro (SC), Criciúma (SC), Dom Pedro de Alcântara (RS), Gaspar (SC), Nova Friburgo (RJ), Paulo Lopes (SC), São João Batista (SC), Sombrio (SC) e Torres (RS) possuem, respectivamente, 15,71% (16579,7ha), 17,8% (4196,1ha), 25,72% (2010,3ha), 9,69% (3748,3ha), 11,57% (10820,4ha), 9,53% (4284,3ha), 8,86% (1776,7ha), 23% (3295,9ha) e 29,3% (4704,6ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020b). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 3.2 Mining & quarrying | habitat | past,present,future | regional | low |
A perda e fragmentação de habitat no domínio da Mata Atlântica está aumentando rapidamente (Galindo-Leal et al., 2003, Tabarelli, Silva e Gascon, 2004). Afloramentos graníticos também estão sofrendo um conjunto particular de ameaças, incluindo exploração de pedreiras, mineração e invasões biológicas (Porembski, 2000, Forzza et al., 2003, Martinelli, 2007), que reforçam a necessidade de proteção dos inselbergs e de sua extraordinária biodiversidade, especialmente como resultado dos altos níveis de endemismo. Martinelli (2007) alertou para a necessidade de ações urgentes de conservação e propôs a inclusão dos afloramentos rochosos na agenda brasileira de conservação da diversidade biológica (Paula et al., 2016). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 4.1 Roads & railroads | habitat | past,present,future | regional | low |
A constante expansão de estradas é um fator que contribui para a perda de biodiversidade e degradação florestal na Mata Atlântica (Joly et al., 2019). Costa et al (2019) confirmaram pela primeira vez os efeitos à biodiversidade ocasionado pela construção e pavimentação de rodovias, bem como o tráfego intenso de veículos no Bioma da Mata Atlântica, que podem se estender por muitos metros além da estrada, tendo efeito direto na mortalidade e diversidade das no fragmento. | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional Lagoas do Sul para a conservação da flora melhorar o estado de conservação das espécies ameaçadas e dos ecossistemas das lagoas da planície costeira do sul do Brasil (ICMBio, 2018). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | needed |
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Planalto Sul - 24 (SC). |
Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na seguinte Unidade de Conservação: Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |